sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Luandino Vieira na nossa escola!

O escritor Luandino Vieira esteve na nossa escola no dia 17 de Fevereiro para apresentação de dois livros: «Kaxingenjele e o Poder» e «Kiombokiadimuka e a Liberdade». Em ambiente dedicado à Literatura Africana de Expressão Portuguesa, o autor assistiu à dramatização de  «Kaxingenjele e o Poder» encenada pela professora Carla Correia e levada à cena pelos alunos do 7º Ano de Expressão Dramática. Depois, tivemos oportunidade de ouvir o autor ler a fábula «Kiombokiadimuka e a Liberdade» e a conversa girou à volta da temática: poder,  liberdade e a intrusão entre o crioulo e a Língua Portuguesa.

 A audiência ficou encantada com o discurso do autor, na sessão da noite houve ainda lugar a uma sessão de autógrafos.

O escritor Luandino Vieira gostou de estar em Campo Maior, para nós um prazer recebe-lo na nossa Biblioteca.

 Elisabete Fiel

 

Semana da Leitura

Programa da Semana da Leitura »»»

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Criança que não Queria Falar


A Criança que não Queria Falar foi escrito por Torey Hayden que nasceu em 1951, em Livingston (EUA). Possui formação e experiência em psicologia e educação, sobretudo no ensino especial. Desde 1979 começou a desenvolver as suas pesquisas, que anos mais tarde originaram variados bestsellers, tais como A Criança que não Queria Falar ou A Menina que Nunca Chorava.

O livro apresenta uma criança, cuja vida a fez reflectir e ter perspectivas do mundo muito diferentes das de uma criança com a sua idade. Sheila não tem conceitos básicos de sentimentos como o amor ou a amizade e até o valor de um simples abraço fraternal. E Torey, sua professora, dar-lhe-á oportunidade de reviver aqueles seus poucos anos de vida ao longo de um ano lectivo no ensino especial. Mesmo com certos problemas familiares, administrativos e até judiciais na infância da inocente criança, esta acabará por aprender sentimentos que lhe eram desconhecidos. Esta criança não chorava. Nunca tinha chorado. Torey teve a oportunidade de ensinar a um ser humano, com menos de 7 anos de vida, o significado de o fazer.

Uma criança diferente, em que os seus direitos são modificados até ao extremo, não havendo um limite de desrespeito dos familiares. Abandonar, espancar, violar, são palavras de rotina no seu dia-a-dia. Tudo isto levou a uma consequente vingança, em que uma criança com apenas 6 anos possa ter intenções de sacrificar algo que lhe é desconhecido, apenas para merecer um pouco de atenção verdadeira. Toda a história é baseada num comportamento agressivo de uma noite, um julgamento infantil, terminado numa turma em que um conjunto de crianças consideradas “especiais” em bons termos e “louca” ou “malucas” em termos abstractos, são postas de parte e não integradas numa sociedade justa.

Os temas abordados são noções muito presentes nos dias da vida na “lixeira”. A personagem principal, Sheila, uma criança que tem o seu índice de pobreza demasiado elevado, vive numa caravana e não tem hábitos regulares de higiene, como tomar banho, lavar os dentes ou até mudança alternada de roupa. A autora investe muito nos seus hábitos desde início, começando por pôr de parte as suas jardineiras com cheiro a urina e trocando por vestidos os pequenos laços e ganchos que ele nunca se separava.

Desde um primeiro olhar que a professora compreendeu tudo o que ela receava, temia. Todos a confrontavam sempre com péssimos modos, insultavam ou até agrediam sem que houvesse momento para ouvir sair uma palavra da sua boca, uma lágrima do canto do olho ou um grito de revolta e raiva.

Todo o livro transmite uma mensagem um pouco oculta de carinho, atenção e preocupação com o nível de vida de menores que vivem em condições desfavoráveis e preocupantes, apenas para alguns.

Na realidade, o mais impressionante é a relação existente entre as crianças integradas na turma do ensino especial. Entre elas existia um química inexplicável que permitia uma compreensão mútua entre eles, embora cada um tivesse um problema diferente. Não havia vergonhas ou complexos entre cada um, pois todos eram iguais de diferentes maneiras.

Fernanda Grisante 9º A

Uma Sonata de Amor


Nascida em Inglaterra em 1970, Santa Montefiore cresceu numa quinta em Hampshire e estudou em Sherborne School for Girls. Estudou também espanhol e italiano na Universidade de Exeter.  Após um ano a ensinar Inglês numa estância na Argentina, passou a maior parte dos anos noventa em Buenos Aires. Viveu em Londres com o seu marido, o historiador Simon Sebag Montefiore, e as suas filhas, Lily e Sasha. Escreveu os livros Uma Sonata de Amor, A Caixa da Borboleta, A Virgem Cigana, A Árvore dos Segredos, entre outros.

Uma Sonata de Amor é um livro muito cativante, de leitura compulsiva que apresenta a realidade, que demonstra que as histórias de amor nem sempre terminam com “foram felizes para sempre…” e que os sentimentos podem magoar as pessoas.

Este livro retrata a história de Audrey, que ao contrário da sua irmã Isla, que era muito confiante e gostava de chamar as atenções, era tímida com as pessoas e vivia no seu mundo dos sonhos, à parte de todos os que a rodeavam. A relação entre as duas irmãs cativou-me, pois apesar de serem muito diferentes e de Isla ser muito mais extrovertida e exibicionista, era compreensiva e gostava da irmã como só os irmãos entendem. Audrey, apesar de não confiar muito na irmã, não foi capaz de a enganar durante muito tempo, dizendo que estava apaixonada por Cecil, quando na verdade o seu coração pertencia a Louis. Este conseguiu “conquistar” o coração de Audrey por meio da sua personalidade, que todas as pessoas consideravam estranha e inadequada para um cavalheiro se comportar. A sua forma de exprimir os sentimentos era através da música, do piano, quando as notas que tocava se transformavam em palavras que Audrey gostava de ouvir. Juntos, compuseram uma sonata, como no nome original do livro, “The Forget-Me-Not Sonata", que ambos lembrariam até ao fim das suas vidas.

Nessa altura, os pais de Audrey esperavam que esta se casasse com Cecil, visto que tinha estado na guerra, ao contrário de Louis, e era considerado o sensato e responsável entre os dois irmãos.

O único apoio de que Audrey dispunha era o de Isla, e, quando esta adoeceu e morreu prematuramente, com apenas 16 anos, Audrey sentiu-se desamparada, não tendo em quem confiar, à excepção de Louis, que também sentiu muito a falta de Isla. Mas, no entanto, Louis demonstrou falta de compreensão em relação a Audrey, visto que após o funeral de Isla, começou a pressionar Audrey sobre o seu futuro juntos. Abandonou Audrey no momento em que ela mais precisava.

Passado dois anos do desaparecimento de Louis, e apesar de continuar a amá-lo, aceitou casar com Cecil, visto estar convencida de que Louis não regressaria.

A paixão de Audrey e Louis não devia ter sido abandonada, pois apesar de ela se ter casado e ter tido filhos, e ele ter estado com outras mulheres, nada substituiria o que eles sentiam um pelo outro, nem o que eles tinham sonhado viver juntos.

Audrey aceitou casar com Cecil pelo seu futuro, pela segurança que ele lhe transmitia e também pela vontade dos seus pais, não porque o amava de verdade.

Após 16 anos separados, Audrey descobriu que o seu coração sempre tinha pertencido a Louis e que nunca ninguém o iria substituir. Mas já era tarde de mais.

Cecil era um homem muito bondoso, persistente e que amava realmente Audrey. Como se vem a descobrir no final do livro e após a sua morte, Cecil sempre soube do romance entre o seu irmão e a sua mulher, e apesar disso nunca desistiu de conquistar o coração de Audrey, e aceitou Grace como se fosse sua filha, tratando-a sempre com carinho.

 Raquel Guarita, 9ºA

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Luandino Vieira



Luandino Vieira …em Campo Maior!

O escritor Luandino Vieira estará na nossa biblioteca escolar no dia 17 de Fevereiro para divulgar duas obras recentes: fábulas angolanas que tratam assuntos tão importantes como a Liberdade e o Poder. As obras são ilustradas pelo autor e as mensagens obrigam a reflectir.

Autor consagrado da literatura angolano conta com uma vasta bibliografia, desde «A Cidade e a Infância», «A Vida Verdadeira de Domingos Xavier» entre outros e o romance: «De Rios Velhos e Guerrilheiros» o mais recente. As obras são acompanhadas de um glossário que contribui para a descoberta de uma linguagem que se mistura com a língua portuguesa e lhe confere outra sonoridade…

Mais noticias…no dia 17 de Fevereiro…

«Eu, a Casa, os Bichos e outras Coisas»


«Eu, a Casa, os Bichos e outras Coisas» é o título do livro de Hugo Santos. Trata-se de um novo registo, pois a obra do autor é dirigida a outros públicos, normalmente em formato romance ou poesia. A colecção de pequenas histórias é deliciosa, tal como as ilustrações de Raquel Pinheiro. Numa sessão de «Contame.contos» as crianças do Jardim-de-infância tiveram oportunidade de ouvir três pequenas histórias e gostaram…sobretudo do Cri…Cri do grilo.


A sessão teve a cargo das alunas do 10º ano…com o apoio dos docentes: Dias Pedro e Pedro Reis e da Biblioteca Escolar.



Elisabete Fiel