O autor descreve as condições de vida no Portugal rural da época, das dificuldades da uma grande parte da população e também da situação de uma “meia dúzia” de privilegiados. O amor não era visto como algo natural, mas sim como algo que se enquadra num mundo de conveniências, denotado pelo esforço de uma mãe, empenhada em dificultar o relacionamento da filha com o seu amado, criando obstáculos como o patrocínio da jovem no Seminário e no Exército, como forma de ganhar tempo para afastar da melhor forma possível os jovens apaixonados.
Ao nível político encontramos uma República em nascimento, algo frágil e pouco credível, que vê na participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial uma forma de se afirmar perante as outras potências europeias. Observa-se um Exército mal treinado e mal organizado, cujas chefias surgiram de forma também muito irregular em função dos ventos de mudança e das tempestades políticas nacionais.
O autor faz descrições pormenorizadas do dia-a-dia dos soldados portugueses, dos seus sonhos, da sua viagem a França e do local do conflito. As condições de vida nas trincheiras, as condições climatéricas, a lama, a fome e a dureza do conflito são momentos pormenorizadamente descritos pelo autor, descrições que se recomendam como leitura obrigatória para os alunos do nono ano.
Fazem-se também descrições de Paris, antes da Primeira Guerra Mundial e da mudança causada no modo de vida dos franceses
Vicente Costa ( Professor de História )
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