A biblioteca da escola diviniza o
amor e não deixou passar a data de São Valentim sem dar um ar da sua graça.
Enfeitada a preceito com corações e outras preciosidades festivas, o espaço da
BECRE convidava a uma visita.
Ora, para assinalar o evento, os alunos
da turma A do 12.º ano, aceitaram o repto de compor, em grupos de seis a sete
elementos, textos segundo técnica do cadáver esquisito que falassem de amor.
Como se podia suspeitar a partir do título deste texto, não se matou o amor.
Foi tudo muito pacífico e muito divertido.
O método "cadavre exquis"
(cadáver esquisito) foi inventado, no princípio do século XX, pelos
surrealistas franceses, para subverter o discurso literário convencional.
Usando uma folha de papel, cada autor escreve o que deseja, deixando visível
apenas uma pequena parte das linhas preenchidas e dobrando o papel, para que os
demais colaboradores não tenham conhecimento do que foi escrito antes. No nosso
caso, o resultado final foi um conjunto de textos estranhos, muito engraçados e
com uma pitada de malícia à mistura. Gargalhada geral e algum rubor.
Em paralelo, sobre as mesas estavam
variadíssimas obras alusivas ao sentimento causado por Cupido: cartas de
Fernando Pessoa a Ofélia Queirós, cartas de António Lobo Antunes, poesia
camoniana, Alexandre O’Neil, Eugénio, Adília Lopes, Maria Teresa Horta, poesia
medieval, Bocage… Poemas delicados e outros textos mais veniais… Folheados em
privado ou lidos à boca cheia, valeu tudo para honrar o mais nobre sentimento
humano.
Maria José Amaral
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