terça-feira, 6 de março de 2007

O Último Papa ou Na Sala Escura do Vaticano


N’ O Último Papa, Luís Miguel Rocha reabre o diário de João Paulo I e recria um ambiente de intriga, acção e mistério no lugar mais obscuro do Vaticano – a Sala da Conspiração.
No ano de 1978, no Vaticano, Albino Luciani, o Papa do Sorriso, eleito há apenas trinta e três dias, morre na intimidade do seu aposento. A sua ausência física gera um profundo e secreto silêncio.
Algumas décadas depois, mais precisamente em 2006, em Londres, Sarah Monteiro, jornalista portuguesa, ao regressar de umas férias em Portugal, encontra um envelope que contém uma lista de nomes de personalidades públicas e de pessoas desconhecidas, encontrando-se entre estas últimas o seu próprio pai. Sarah acaba de encontrar o detonador de uma entusiástica perseguição que quase a conduz à morte e que coloca no seu encalço uma organização secreta, a Loja P2. A secreta deseja possuir a lista e impedir a sua divulgação. Afinal esses nomes encerram um segredo, desvelado há mais de trinta anos pelo Vaticano.
O mistério serve-se com cenas de um verdadeiro thriller, onde não falta um anjo- -salvador, um homem peculiar, de múltiplas identidades, parco em palavras, que acompanha e perturba Sarah. Por sua vez, ela oferece-lhe gestos de manifesta inquietação interior.
No final, os pilares do Vaticano permanecem intocáveis, pois há sempre um corredor que dá acesso a uma porta alternativa que fecha a história de uma vida.
Luís Miguel Rocha reabrirá a porta para o desconhecido corredor do Vaticano, quando, em 2009, revivifique João Paulo II, no que se espera ser a continuação de uma saga que questiona procedimentos da Igreja Católica, mas não fragiliza a fé humana.
O Último Papa oferece uma narrativa cuidada, realista, sem pretensões mistificadoras e aguarda por si, leitor/a, a dois passos da porta de entrada da Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior.

Maria Helena H. Saldanha

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