terça-feira, 23 de setembro de 2008

Eça de Queirós


Eça de Queirós é uma referência na literatura portuguesa e o romance «Os Maias» não passa despercebido nem aos mais distraídos, pois ainda faz parte das obras de leitura obrigatória do 11º ano. Com um enredo apaixonante, obrigações à parte, já li o livro duas vezes. Neste verão aproveitei para ler a continuação do romance escrito por outros autores que mantêm a crítica social adaptada aos nosso tempos. Um livro com muito humor , que apela à boa disposição…

Tudo começa no Alegrete, palacete meio arruinado em que vive Afonso da Maia, avô de Carlos da Maia, jovem médico que se apaixona por Maria Hermengarda, fugindo dos ataques sensuais da Condessa de Varinho e deixando de lado a espampanante Lara Marlene, filha do riquíssimo Silvestre do Ó Saraiva, construtor civil que fez a sua larga fortuna através de métodos muito pouco recomendáveis.

À volta de Carlos movimentam-se Damásio Malcede, o lisboeta novo-rico, João da Régua, o eterno futuro-ministro, o Palma Cavalito, director da Trombeta do Demónio, e muitas outras personagens herdeiras dos famosos "Maias" que se movimentam freneticamente numa crónica de costumes ao gosto deste tempo prodigioso do replay e do fast food.

No meio deste enredo surge mesmo o espírito de Eça de Queiroz a pôr alguma contenção a personagens e autores.

Num registo entre o queirosiano e a telenovela, quiseram os autores, cada um a seu modo, aplicar-se num enredo paralelo ao de Os Maias, observando a sociedade portuguesa do início do século XXI pelo monóculo risonho e severo do grande Eça.

Resumiu um deles: "Certamente, o Eça escreveria melhor mas não diria pior." Rosa Lobato Faria


Autores: Mário Zambujal » Luísa Beltrão » José Jorge Letria » Alice Vieira » João Aguiar » José Fanha » Rosa Lobato Faria
Colecção: Ficção Portuguesa
Editora: Oficina do Livro

A Coordenadora da BE

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