segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

10 de Dezembro – Dia dos Direitos Humanos…


Comemora-se a dez de Dezembro o Dia dos Direitos Humanos, infelizmente é preciso um dia para recordar aquilo que ainda não se cumpriu, o verdadeiro respeito pela Carta dos Direitos do Homem. Assim, sugerimos dois sites…o primeiro uma enciclopédia on-line; o segundo serve para enviar postais e recordar o dia.

Destacamos ainda duas obras em formato digital…no site da DGIDC:

Educação para os Direitos Humanos

Declaração do Milénio da Nações Unidas

Elisabete Fiel

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Bruxa de Oz


Autor: Gregory Maguire

Editora: Casa das Letras

Fiquei bastante satisfeito ao ler este livro pelo facto de transformar Oz, outrora destinado a crianças, num mundo cheio de intriga, escândalo, hipócrisia, política, e muito mais.

A história segue Elphaba, uma rapariga que por infelicidade nasceu verde, e que mais tarde se irá tornar a Bruxa Má do Oeste. A narrativa descreve eficazmente os acontecimentos que ocorreram durante a vida da Bruxa, enquanto opositora ao Feiticeiro de Oz, que enquanto a versão original do ponto de vista de Dorothy é um generoso mago, neste livro revela-se um déspota, opressor e tirano.

Embora a tradução desta obra deixe algo a desejar, achei o livro fantástico e absolutamente necessário para qualquer amante da fantasia.

Atribuo uma avaliação de trinta em quarenta.

Bernardo Borralho - 9º B

terça-feira, 20 de novembro de 2007

A BescMag de Novembro já está on-line

Destaque: on-line a a BescMag de Novembro - ver frente >> ver verso >>

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Prelúdio…


Prelúdio é a mais recente obra de Inês Botelho. Trata-se de um novo registo da autora, deixando de lado os épicos, transporta-nos para um universo intimista com emoções sentidas à flor da pele.

Os personagens conquistam-nos de imediato e trazem consigo recordações de pessoas que já encontrámos. Ninguém vai ficar indiferente a Ada, a Duarte ou Alice.

Durante a tarde de 1 de Novembro, li o romance de uma assentada, a escrita prende-nos de imediato.


Boas leituras.


Elisabete Fiel

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Doris Lassing, aos 88 anos o Prémio Nobel: uma tímida e dedicada voz…

Literature maps the world for us. D.L.

Há uma questão que irrompe frequentemente na minha cabeça desde 11 de Outubro e que me deixa perplexa, sem resposta. Pergunto-me que personagens de ficção conduziram Doris Lessing ao Prémio Nobel? A Martha Quest que cresceu na savana africana impondo a sua rebeldia a uma sociedade dominada pelo preconceito? Terá sido Bem Lovatt que trouxe a inquietação e a noção de horror ao seio de uma família estruturada e entendida como perfeita? A Anna Wulf que busca libertar-se do sufoco que os padrões da sociedade lhe impõem, ameaçando a sua saúde mental e que descobre na escrita o caminho da liberdade? Ou Sarah Durham que se escapule do envelhecimento do corpo e de convenções quando se apaixona aos 65 anos?

Ms Lessing tem uma vasta obra literária que abrange a ficção, o ensaio, a poesia, a ficção científica e o teatro. A sua obra tem sido objecto de inúmeros estudos académicos que convergem em alguns pontos. Percorrer as páginas de The Grass is Singing, Going Home, Particularly Cats, The Memoirs of a Survivor, ou London Observed é cruzarmo-nos com as histórias vividas pela escritora. Efectivamente se analisamos os dados biográficos intuímos que existe um paralelismo entre o que viveu e o que contou. Enquanto criança vagueou pela savana ardente africana de This was the Old Chief’s Country; na idade adulta experimentou a vertigem de se sentir ligada a um projecto político, de que A Good Terrorist é um testemunho surpreendente; aquando da chegada a Londres apaixona-se pela cidade e transporta as pessoas que espia no metropolitano para as páginas de London Observed; numa fase mais madura reflecte sobre o envelhecimento e o consequente estigma social em The Diaries of Jane Sommers. O universo literário que construiu prende-se com o que viveu e sobre essas vivências criou testemunhos na escrita. Os livros que publicou deram-lhe a oportunidade de revisitar o passado, redesenhando uma rede de afectos que se encobre numa voz despojada de sentimentalismo e que se caracteriza pela vontade de dar um testemunho do vivido e experimentado, ao mesmo tempo que encarnava as diferentes personagens dos que não possuíam voz. Essa “ small, personal voice”, como frequentemente gosta de matizar, conduz os seus leitores ao encontro das plantações africanas, a um passeio em Green Park, ao refúgio numa casa em ruínas na cidade de Peshawar, a espaços desconhecidos no universo quando o planeta se revela acanhado para propiciar a dimensão onírica que o homem deve usufruir.

Numa comunicação afirmou que a infelicidade da infância se coaduna com o perfil de escritores de ficção. Isso deve importar muito pouco aos que a reverenciam como a grande romancista que atravessou o século XX com olhar observador e espírito arguto, ganhando os prémios literários mais importantes, e que culmina em 2007 na atribuição do Prémio Nobel da Literatura. Este reconhecimento público sensibiliza os leitores que têm amado as suas páginas em privado. Doris Lessing recebeu a notícia com a tranquilidade e desprendimento que lhe é conhecido.

Quando esta voz ficar retida no mundo do silêncio, sei que a dor da partida de um familiar marcará a minha vida mas a perspectiva de algumas páginas escondidas na sua casa no norte de Londres atenuarão a mágoa. Ms Lessing tem 88 anos e continua a escrever.

Regresso de onde? Nunca parti, nem regressei. D.L.

Elisabete Frade (Professora de Inglês, na Escola Secundária Públia Hortênsia de Castro – Vila Viçosa).

sábado, 13 de outubro de 2007

O Amor nos Tempos da Cólera, Gabriel Garcia Marquez, 1985


As diferentes formas que o amor pode adoptar, a inexorável passagem do tempo, a solidão e o sempre presente desejo de acabar com ela, antes que a própria vida “acabe connosco” são, enfim, os pontos cardeais desta história.

Como é usual nos grandes livros, O Amor nos Tempos da Cólera tem por base não um, mas vários temas. O principal é, sem dúvida, o amor de Florentino Ariza por Fermina Daza, que tardará nada mais nada menos que cinquenta anos a consumar-se…

Retratando a América Latina do século XIX, uma época na qual, não raras vezes, a existência humana acabava de um dia para o outro por caprichos da natureza como a cólera, a efemeridade da vida está sempre presente na história, lado a lado com a urgência de amar e ser amado, como única forma de sentir que ainda estamos vivos.

Já li três vezes :-)

Paula Calado Fevereiro

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

«Regresso à Escola»


Escola Secundária de Campo Maior
«Regresso à Escola»
Presidência Portuguesa da União Europeia, 9 de Outubro 2007

Numa iniciativa conjunta da Representação da Comissão Europeia e do Governo Português foi lançado o repto de alguns funcionários, políticos, deputados regressarem à escola. Assim, no dia 9 de Outubro, a Escola Secundária de Campo Maior recebe a Dr. ª Silvéria Carichas, alta funcionária da União Europeia, para uma conversa informal sobre a União Europeia, com os alunos do secundário, às 15:30h.
A Escola Secundária congratula-se com o facto de ter sido contemplada com esta iniciativa e associou-se de imediato às comemorações contando com a presença da Sr.ª Coordenadora do Centro de Área Educativa Dr.ª Maria José Ferreira.

domingo, 7 de outubro de 2007

Cemitério de Pianos – José Luis Peixoto


Três gerações de laços de uma teia de relações emocionais de uma família alfacinha de Benfica, de classe média-baixa interagem desde o início do século XX com muitas tristezas, algumas alegrias, alguns segredos e traições.

O Cemitério de Pianos funciona como local de trabalho, centro de meditação e centro de furacão da empresa familiar.

Peixoto consegue através da utilização de narradores da família, já no mundo dos mortos e ainda no feudo dos vivos prender-nos a atenção e tornar-nos observadores cúmplices, para o desenvolvimento da acção, muitas vezes socorrendo-se com rara mestria de um ritmo temporal intermitente, pleno de idas ao passado e regressos ao presente da narrativa.

O escritor consegue ainda confrontar de forma notável a consciência colectiva familiar lusitana actual com a a forma de estar, de ser e de viver de outros tempos, conseguindo no entanto que a teia de ralações da família seja perfeitamente actual.

De louvar também a sentida homenagem que o autor faz a Francisco Lázaro, o atleta português que correu a maratona nos Jogos Olímpicos de Estocolmo.

Ricardo Simões

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Crónica de uma Morte Anunciada - Gabriel García Márquez


Santiago Nasar, era um jovem de 21 anos, “alegre, pacífico, de coração fácil” e estava destinado a morrer, novo.

Na segunda-feira da sua morte levantou-se muito cedo, “dormira pouco e mal(…), acordou com dores de cabeça (…) achou natural” devido á “farra” no casamento a que tinha assistido no dia anterior, e que se tinha prolongado até tarde.

Vestiu-se e saíu de casa pela última vez , para ir esperar o barco a vapor em que chegava o bispo - “os fastos da igreja produziam-lhe um fascínio irresistível”.

Angela Vicario, tinha sido repudiada na noite de núpcias, e devolvida aos pais por seu marido, Bayardo San Román.

Quando lhe perguntaram – quem foi? – Santiago Nasar, sentenciou.

Os irmãos de Angela, juraram matar Santiago, como vingança pela honra manchada. Não fizeram segredo, antes pelo contrário.

Toda a populaçãoda aldeia sabia que o iam matar. Pelas mais estranhas coincidências e pelos mais inexplicáveis motivos, ninguém o avisou. Não havia escapatória possível para Santiago Nasar.

Cumpriu-se assim “sem entraves uma morte tão anunciada”.

“O juíz estava perplexo (…), o que mais o alarmara no fim da sua diligência excessiva tinha sido, porém, não achar um só indício, nem mesmo o menos verosímil, de que Santiago Nasar fora realmente causador da ofensa.”


Rita Velez

A VIDA SECRETA DAS ABELHAS - SUE MONK KIDD


Lily, vivia numa quinta na Carolina do Sul, com o seu pai T-Ray e com a sua empregada negra Rosaleen. A relação com T-Ray, (chamava-lhe assim porque a palavra «papá» “não se lhe ajustava de todo”) era difícil e dolorosa.

Não tinha amigos, e sentia-se desde os quatro anos de idade culpada pela morte acidental da mãe.

Aos oito anos descobre que Rosaleen “apesar dos seus modos bruscos, possuía um coração mais suave que uma pétala de flor” e que a “amava para além da razão”.

Muitas vezes sonhava que Rosaleen era branca, e se casava com o pai.

Aos doze anos encontra algumas coisas que haviam pertencido á mãe, entre elas estava uma misteriosa imagem de uma Virgem Negra.

Mas foi no Verão de 1964, com catorze anos, que Lily viu mudar a sua vida completamente. No “dia 2 de Julho desse mesmo ano, o Presidente dos Estados Unidos, promulgou a Lei dos Direitos Cívicos(…)”, Rosaleen fica entusiasmada, e vai á cidade increver-se para votar. Por esta altura, na Carolina do Sul a segregação racial é ainda uma realidade. Rosaleen é espancada e presa.

A corajosa Lily salva Rosaleen, e acabam as duas fujidas á justiça e a T-Ray.

Vão refugiar-se na casa cor-de-rosa, das irmãs apicultoras, May, June e August, também elas negras.

É com estas três irmãs que Lily, vai aprender a arte da apicultura, vai aprender a viver sem preconceitos, a olhar as pessoas como pessoas, sem importar a cor da pele, e é com elas que Lily, vai encontrar uma família.

Rita Velez

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Uma Aventura no Algarve

Num dos primeiros dias de Verão, um grupo de quatro amigos adolescentes estava a saborear uns deliciosos caracóis numa esplanada de Lisboa. A Joana, a rapariga mais velha do grupo, deu a ideia de irem passar o Verão a uma quinta no Alentejo. O Manuel preferia uma ida até ao Norte já que tinha lá o seu tio, o Pedro ao Algarve e a Sandra para à Serra da Estrela.

Daniel - Ler mais >>>

Uma Aventura Alucinante

O André, o Ricardo, a Maria e a Ana eram quatro grandes amigos e tinham, como hábito, ir passar parte das férias do verão fora de Lisboa. Naquele ano decidiram ir para Barcelona uma vez que já tinham ouvido falar muito nessa cidade mas que ainda não conheciam.

Por fim chegou o fim das aulas e decidiram então partir…

Sónia - Ler mais >>>

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Uma Aventura ao País das Letras

- Até logo mãe! Frase habitualmente dita pelo João sempre que chegava da escola à tardinha. João era um menino de nove anos que vivia numa simples casa com a sua mãe e as suas duas irmãzinhas mais novas. Este rapaz adorava ler, tinha uma enorme paixão pelos livros, mas, devido às suas dificuldades económicas, não tinha dinheiro para os comprar. Não era por isso que João deixava de adquirir conhecimento nem de satisfazer o seu nobre desejo de ler um livro.
Sara - > Ler mais >>>

UMA GARRAFA FELIZ

Lá estava ela, a garrafa de Coca-Cola na estante do supermercado junto das suas amigas.
As pessoas que iam ao supermercado compravam algumas garrafas, até que um dia a garrafa de Coca-Cola foi comprada por um menino, que, antes de a beber, se divertiu com ela juntamente com um grupo de amigos: mandaram-na uns aos outros como se fosse uma bola.

Paulo Vivas - Ler mais >>>

terça-feira, 12 de junho de 2007

Uma Aventura na Escola

O livro “Uma Aventura na Escola” é na minha opinião um dos mais interessantes da colecção. Tive muito gosto na leitura deste volume, pois uma das características desta aventura é a constante acção, que permite uma leitura empolgante e até mesmo “viciante”. Considero que a forma de escrita é acessível, explicita e está bem estruturada.

João Pinheiro - Ler mais >>>

Uma Aventura na Quinta das Lágrimas

O livro “Uma Aventura na Quinta das Lágrimas” é um exemplar bastante interessante porque, para além da sua vertente de lazer, tem também uma parte pedagógica, que é o romance do príncipe D. Pedro e de D. Inês de Castro. O livro está bem estruturado em termos de escrita, já que é bastante acessível, as ideias são explícitas fazendo assim com que o leitor compreenda facilmente o enredo da história.

Luís Mulano - Ler mais >>>

domingo, 10 de junho de 2007

Uma Aventura no Dia da Liberdade

Tinha chegado um dos maiores e mais memoráveis feriados do nosso país, o dia 25 de Abril. Os quatro amigos (Maria, Sara, Filipe e Joel) estavam a passar pela Assembleia da República onde viram um grande cartaz que dizia: “ Comemorações do dia da Liberdade, um dia Histórico do nosso país”. Ficaram intrigados porque gostariam de saber algo mais sobre esse dia que era tão memorável e de que eles apenas sabiam o essencial. Assim combinaram ir a uma biblioteca ver se descobriam mais alguma coisa sobre este feriado. E assim fizeram.
Joel - Ler mais >>>

Dia Mundial do Ambiente


Nos últimos anos as preocupações com o ambiente têm estado na ordem do dia. O Planeta Terra tem revelado sinais evidentes de desequilíbrio em consequência da acção humana e do consumo excessivo de recursos naturais. A Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior aproveitou o Dia Mundial do Ambiente para realizar uma selecção de bibliografia sobre a temática, bem como uma exposição de fotografia: «Eu preocupo-me com o Ambiente e tu?»
Uma atitude responsável pelo meio ambiente pode fazer a diferença nas próximas décadas, tentando travar a extinção de espécies, o aquecimento global e o aumento do efeito de estufa. Documentários como: «Uma verdade inconveniente», «Dias Estranhos no Planeta Terra – Aquecimento Global» alertam para a acção do homem sobre a natureza e as suas consequências nefastas. No que diz respeito à Bibliografia, destacamos: «Beatriz e o Plátano» de Ilse Losa para leitores ainda pequenos «A ecologia explicada aos jovens…e aos outros» de José Jorge Letria, num diálogo entre pai e filho sobre o meio ambiente; «Um Planeta Ameaçado» de Miguel de Almeida que nos traça um fresco sobre o estado actual do ambiente e equaciona os trilhos possíveis para um desenvolvimento sustentável. No site da editora podemos espreitar excertos do livro >>>

Cuidar do ambiente não é difícil, importa apenas tomar consciência da importância dos nossos comportamentos…
Informações úteis: http://www.quercus.pt/; http://www.icn.pt/; http://www.iambiente.pt/; www.climacrisis.org

quinta-feira, 31 de maio de 2007

A Varanda das Gardénias


A sugestão de leitura para esta edição apresenta o romance A Varanda das Gardénias, publicado pela DIFEL e destacado pela Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior durante a exposição «Cores, Sabores e Odores na Literatura» que decorre durante esta semana.
Varanda das Gardénias é da autoria de Sandra Sabanero, escritora mexicana, autora de outros dois romances La Alcaldesa e A Boda Mexicana, este último também editado pela DIFEL. Este romance narra a história da família Dominguéz, onde os laços do amor e da lealdade nunca são quebrados, nem mesmo quando os seus membros se vêem confrontados com a morte injusta do chefe de família e têm de viver afastados. Os filhos do casal Domingues seguem percursos diferentes: Ezequiel, o filho adoptivo, afasta-se para paradeiro incerto fugindo ao preconceito e à maldade que o ameaçam; Rebeca, a filha, muda-se para Lugarana, para prosseguir os seus estudos. Ela é obrigada a viver na mansão da família de seu pai, na companhia da sua déspota e ressequida tia. Aí, numa varanda repleta de gardénias, cujo odor primeiro amor de sua vida, amor logrado pelos preconceitos sociais e culturais.
Quando a família de Rebeca se volta a reunir, os seus membros estão marcados por anos de sofrimentos. É o forte amor que nutrem uns pelos outros que os ajuda a manter-se à tona. È nesse momento que Rebeca decide
travar uma pugna árdua pela justiça, pela verdade e pela reposição da honra do seu pai e da sua família. No entanto, os homens poderosos contra os quais Rebeca vai confrontar-se estão instalados numa impunidade propiciada por uma sociedade indulgente e empobrecida, de gente enfraquecida por décadas de opressão e terror. Durante essa luta, Rebeca reencontra Patrick, o seu amor perdido nos desencontros da juventude. O amor que os uniu uma vez ressurge, mas será que tem força suficiente para ultrapassar as barreiras que o limitaram no passado, ao mesmo tempo que a sua vida corre perigo?... O odor das gardénias da varanda da sua juventude paira sobre Rebeca enquanto se confronta com as decisões que tem de tomar.
Um livro para conhecer melhor a teia social mexicana, mas também para valorizar o que a vida pode dar de melhor: o amor e a família. Este livro está disponível na Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior.

Professora Carla Correia


terça-feira, 29 de maio de 2007

Dia Mundial do Ambiente e a Ecologia de José Jorge Letria


O “Dia Mundial do Ambiente” comemora-se no dia 5 de Junho. Nos últimos anos têm-se intensificado esforços no sentido do respeito pelo meio ambiente. «A Ecologia Explicada aos Jovens…e aos Outros» de José Jorge Letria, apela ao respeito pela natureza, através de um diálogo entre pai e filho. A acção de defesa do ambiente, pode começar em nós, desencadeando acções que podem contribuir para o equilíbrio ambiental. Os últimos capítulos são dedicados a número e factos sobre o consumo de recursos terminando com conselhos sobre a redução do lixo e a poupança de energia. Um livro de 2003, mas actualizado do ponto de vista da atitude face ao ambiente.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

A BescMag de Abril já está on-line

Destaque: on-line a BescMag de Abril de 2007!

terça-feira, 8 de maio de 2007

A PROFECIA CLESTINA


Se as coincidências não são mero acaso, então aproveitando a recente estreia do filme A Profecia Celestina em Portugal, a BE destaca o conhecido best-seller do sociólogo James Redfield, marco fundamental para quem se interessa por questões metafísicas.

Laurinda Alves na sua recensão crítica sobre A Profecia Celestina apresenta-nos o autor e o livro:
Mundialmente conhecido pelos seus escritos sobre a vida espiritual e as relações entre a experiência do dia-a-dia e a dimensão sagrada do Universo, (…) A partir da sua publicação em 1994, este livro foi um dos mais vendidos em todo o mundo, tendo sido traduzido em quase todas as línguas. O fenómeno manteve-se ao longo da década de 90 e durante três anos consecutivos o livro esteve na lista de best-sellers do conceituado New York Times.

Um antigo manuscrito composto por nove revelações, cujo teor ameaça as altas esferas governamentais e religiosas do mundo, é encontrado no Peru.
Num singular processo de crescimento interior baseado em coincidências, a cada revelação, o narrador é desafiado a participar numa demanda pela verdade espiritual deparando-se com uma nova consciência que está a emergir no mundo. Também o leitor, inevitavelmente atraído por este enredo, vai transportando essas mesmas revelações para a sua própria vida e caminhada espiritual, construindo uma nova compreensão da humanidade, daí tornando-se, positivamente, um “co-criador” do seu futuro, vivendo o seu “despertar espiritual” com consciência e responsabilidade.
É frequente ficarmos ainda mais despertos para as “coincidências” que permeiam a nossa vida, ao ler este livro.

A não perder esta coincidência: já disponível na BE!

Teresa Branco

quinta-feira, 26 de abril de 2007

25 de Abril – Sugestão de leitura


Na biblioteca da nossa escola há um livrinho muito giro que se lê em quinze minutos. Chama-se “O tesouro”, tem na capa um enorme cravo vermelho e foi escrito por Manuel António Pina, são apenas quinze páginas. A edição é de 1993, da Associação 25 de Abril e teve o alto patrocínio do senhor Presidente da República Portuguesa. Recomenda-se a sua leitura a todos, principalmente àqueles que não viveram o dia histórico do 25 de Abril de 1974.
O livro fala de um país que existia antes da revolução de Abril do século XX: o País das Pessoas Tristes em que as pessoas viviam fechadas como se fosse numa prisão, onde havia polícias por toda a parte para vigiar as pessoas e impedir que elas falassem entre si. Fala da vida dos meninos no País das Pessoas Tristes, da tristeza e da amargura, num país onde era proibido quase tudo, até era proibido beber Coca-Cola. Fala de um dia em que as pessoas decidiram reconquistar o tesouro que lhes era negado: a liberdade. Fala desse dia em que se gritou com emoção, viva a liberdade!, e em que se colocaram cravos vermelhos por toda a parte, até mesmo na ponta das espingardas.
Era o dia 25 de Abril que passou a chamar-se o Dia da Liberdade num país que deixou de ser o País das Pessoas Tristes e passou a chamar-se Portugal.
Corra até à Biblioteca, mesmo num intervalo das aulas e leia este tesouro. Vai ver que vale a pena e a seguir não tenha medo de ter vontade de cantar e gritar: Viva a Liberdade!, Viva a liberdade! E, por que não, viva o 25 de Abril!

Pedro Reis

20 de Abril de 2007

domingo, 15 de abril de 2007

Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor

O «Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor» é comemorado no dia 23 de Abril, dia de São Jorge, por decisão da UNESCO.
A data escolhida coincide com uma velha tradição catalã, em que no dia de São Jorge ( Saint Jordi) os cavaleiros ofereciam às suas damas uma rosa vermelha e recebiam em troca um livro. Nos dias de hoje, os catalães continuam a fazer a troca de rosas por livros, assim as livrarias aproveitam o momento para fazer novos lançamentos e promover a leitura.
Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, nomeadamente Shakespeare e Cervantes, falecidos em 1616, exactamente a 23 de Abril.
A Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior assinala a data com a selecção de 23 grandes obras de vários escritores. Destacámos ainda, Daniel Pennac e o sua obra «Como um Romance». Trata-se de um livro sobre os livros e o acto de ler, o prazer da leitura e os direitos inalienáveis conferidos ao leitor. Divertido, original e simultaneamente muito sério. Aqui fica a transcrição da página 139, para reflectir .
«Em matéria de leitura, nós, os leitores, temos todos os direitos (...)
O direito de não ler
O direito de saltar páginas
O direito de não acabar um livro
O direito de reler
O direito de ler não importa o quê
O direito de amar os heróis dos romances
O direito de ler não importa onde
O direito de saltar de livro em livro
O direito de ler em voz alta
O direito de não falar do que se leu»

Pennac, Daniel, Como um Romance, Edições ASA, 5ª edição, 1995, tradução: João Machado.


Elisabete Fiel

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Hans Christian Andersen

A Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior destaca esta semana Hans Christian Andersen aproveitando para recordar a passagem sobre o bicentenário comemorado em 2005.

Nascido na Dinamarca a 2 de Abril de 1805, em Odense, no seio de uma família pobre, dotado de uma grande capacidade criativa, além do legado dos contos deixou recortes e colagens em papel que representavam o imaginário dos seus contos. Os recortes de papel estiveram em exposição na cidade de Lisboa, a nós chegou-nos uma reprodução dos mesmos, numa edição particular de Niels Fischer, empenhado na divulgação da obra do escritor dinamarquês.

Autor de mais de uma centena de contos traduzidos em muitas línguas e adaptados ao cinema de animação, tais como: “Patinho feio”,“A sereiazinha” o “ Soldadinho de chumbo” ou o famoso “ João Pateta”. Contudo, Hans Christian Andersen recusava que os seus contos se destinassem apenas a crianças, pois considerava que: «Os contos são tanto para adultos como para crianças; porém estas compreendem apenas o acessório e como gente madura, vêem e tomam a impressão como um todo. A ingenuidade infantil é apenas uma parte».

Andersen esteve em Portugal em 1866, dedicou um livro à viagem ao nosso país que designou de: « O paraíso terreal».

Os contos são maravilhosos, traduzidos em muitas línguas, adaptados ao cinema de animação, apropriados, destinam-se a ser lidos em voz alta ou em silêncio, mas sobretudo lembrados e divulgados, pela genialidade do autor.

A Coordenadora da Biblioteca: Elisabete Fiel

terça-feira, 27 de março de 2007

As bibliotecas escolares...


Há alguns anos atrás as Bibliotecas Escolares escondiam tesouros dentro de armários fechados. Os livros bem protegidos, eram solicitados ao funcionário da Biblioteca que pacientemente abria um, dois ou três armários para que o aluno pudesse aceder ao conhecimento.

A equipa da Rede de Bibliotecas desenvolveu um programa de incentivo à criação/reconversão de Bibliotecas Escolares, mudando o conceito tradicional, assim o espaço deve ser: atractivo, acolhedor, estimulante e de livre acesso. O programa lançado em 1996/1997 conta com 10 anos de existência e apoio a 1800 bibliotecas escolares.

Hoje, as Bibliotecas Escolares assumem um papel de destaque na escola, uma vez que constituem centros de promoção do conhecimento, da leitura e literacia contribuindo para a o aprofundamento da cultura. Existem vários estudos que demonstram a ligação entre o acesso, qualidade das bibliotecas escolares e o sucesso educativo dos alunos.

O novo conceito de Biblioteca Escolar pode chocar as visões mais tradicionalistas, uma vez que o silêncio nem sempre impera, dada a procura do espaço. Existem: revistas, jornais, Internet, computadores, CDs, filmes e jogos que cumprem a função de auxiliar os alunos, professores e elementos da comunidade educativa na tarefa de aprender ao longo da vida.

Reconhecendo a importância das Bibliotecas Escolares a Internacional Association of School Librarianship (IASL) declarou a quarta segunda-feira do mês de Outubro como o dia Internacional das Bibliotecas Escolares, desde 1999.

No Dia Internacional das Bibliotecas Escolares, 23 de Outubro, a Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Campo Maior oferecemos marcadores realizados pelos alunos, divulgámos obras em vários formatos e adoçámos os nossos utilizadores com rebuçados surpresa. As Bibliotecas Escolares escondem tesouros...mas ao alcance de todos.

A Coordenadora da Biblioteca: Elisabete Fiel

Mais informação em: www.rbe.min-edu.pt e http://www.iasl-slo.org

Semana da leitura

A semana de 5 a 9 de Março foi designada pelos promotores do Plano Nacional de Leitura como a «Semana da leitura». Numa antecipação à data indicada a Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior decidiu destacar autores africanos de expressão portuguesa, associada a uma exposição de máscaras africanas. Destacámos autores como: Mia Couto, José Agualusa e Luandino Vieira.

Após a magia da África de expressão portuguesa, vamos levar a cabo uma exposição intitulada «o mundo mágico da Biblioteca» com destaque para a literatura fantástica e as suas adaptações ao cinema. A imaginação e os super poderes de criaturas mágicas constituem uma receita de sucesso junto de toda a comunidade de leitores. Dragões, fadas, bruxas, criaturas estranhas e lugares mágicos são a nossa proposta para o começo da aventura.

No dia 8 de Março, «Dia da Mulher», a divulgação dos grandes nomes da literatura feminina dão o mote a sessões de leitura, na biblioteca.

Numa semana em que o importante é ler, lançamos um repto à comunidade educativa e vamos testar o «Leiturómetro», um pequeno questionário aos hábitos de leitura na nossa escola. A acompanhar estas actividades haverá distribuição de marcadores de livros, excertos e textos, bem como rebuçados surpresa a adoçar os utilizadores da Biblioteca.

Boas leituras! Nunca é demais ler...parafraseando a minha professora de Português: Até nas latas de atum se aprender a ler...assim, lançamos o repto...leia, não importa como ou onde, importa apenas que leia.

A Coordenadora da Biblioteca.

Elisabete Fiel

quinta-feira, 22 de março de 2007

Gustav Klimt


A Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior destaca esta semana o pintor Gustav Klimt, assinalando a 6 de Fevereiro o 89º aniversário da sua morte com uma pequena amostra das suas obras.
Klimt, artista austríaco, nasceu a 14 de Julho de 1862, em Baumgarten, próximo de Viena, e morreu a 6 de Fevereiro de 1918, em Viena, vítima de apoplexia.
Estudou na Escola de Artes e Ofícios de Viena entre 1876 e 1883.
O seu trabalho inicial consistiu essencialmente em grandes murais para testros, num estilo naturalista.
A partir de 1894 enveredou por uma linguagem próxima dos ideais estéticos do movimento da Arte Nova, tendo sido fortemente criticado, o que levou a retirar-se da vida pública.
Em 1897, Klimt foi um dos membros fundadores do grupo da Secessão de Viena, um movimento de reacção contra o conservadorismo académico burguês.
A partir de 1898, o seu trabalho tornou-se mais original e inovador, ganhando um carácter simultaneamente mais simbólico e decorativo.
O s seus trabalhos mais famosos foram “O Retrato de Fritza Riedler” (1906) e os murais e mosaicos do Palácio Stoclet em Bruxelas (1905-1909). No entanto, os mais conhecidos são “O Beijo” (1907-1908) e “O Abraço” (1905-1909).
Pintou essencialmente a mulher sensual e fatal, enfatizando a sua sexualidade.

Teresa Castro e Joana Sadio

Constituição da República Portuguesa


A história constitucional portuguesa remonta ao século dezanove com a Constituição de 1822.
É curioso salientar que a história constitucional portuguesa, tal como a de alguns países latinos resulta de rupturas, isto é as constituições emergem de rupturas com as anteriores e acabam com rupturas ou revoluções. Sendo sintomático, por mais recente o caso da Constituição de 1976, a qual resulta da Revolução de 1974 e põe fim à Constituição de 1933, suporte do Estado Novo.
São pois os factos políticos da história politica que condicionam a história constitucional portuguesa.
No entanto, uma questão se pode e deve colocar. Qual a importância das Constituições para os Estados?
A Constituição é a lei fundamental de qualquer país, sendo que, na pirâmide legislativa se encontra no seu vértice. Ali, podemos encontrar os Direitos e Deveres Fundamentais, a Organização Politica, Económica e Judicial e a sua própria forma de revisão, tal como acontece na Constituição da República Portuguesa. Sendo certo no entanto que, a generalidade dos países têm texto escrito com excepção da Inglaterra cujo texto constitucional escrito não existe.
A Constituição Portuguesa de 1976 tem sido decisiva no reforço da democracia e das instituições politicas em Portugal. Tem sofrido várias alterações ao longo dos anos, no sentido de adaptar o nosso país à realidade politica, social e económica do mundo onde vivemos. Foi assim, por exemplo, na alteração do sistema político, com a extinção do Conselho da Revolução e com a alteração ao sistema económico em virtude da entrada de Portugal na CEE. Por outro lado, este texto constitucional resultante da Revolução de Abril permitiu que os portugueses vissem reconhecidos alguns dos direitos e deveres inalienáveis de qualquer estado moderno, como sejam o direito à reunião, à associação, à manifestação e talvez o mais importante de todos o direito a poder eleger democraticamente os seus representantes através de eleições livres e democráticas.
José Dias Pedro

terça-feira, 20 de março de 2007

Queimada Viva de Souad


Foi uma leitura de férias, quando há menos vontade de pensar, mas mais tempo para o fazer. E, sem querer, estamos mais despertos para o mundo que nos rodeia. Foi com esse espírito (que só depois de ler o livro, descobri) que me deparei com a capa sugestiva e enigmática do livro de que vos vou falar. É um livro sem pretensões literárias ou perfeições linguísticas, mas com razões fortes para existir. É um grito, “um grito de alerta”, como diz Bethânia. Um grito para que acordemos para a realidade de milhares de mulheres espalhadas pelo mundo que não têm o direito de ser. O direito de ser que nasce com todos, mas que, muitas vezes, nos impede de ser pessoa, realmente.
Queimada Viva de Souad, mulher cisjordana, conta a história de vida de uma adolescente que se apaixona e engravida e que, por isso mesmo, é regada e queimada com gasolina por um parente próximo, para morrer, devolvendo, assim, a honra perdida à sua família. Souad é hospitalizada e, aí mesmo, médicos e enfermeiras recusam-se a tratá-la: ela não devia ter sobrevivido! É no próprio hospital que a sua mãe, humilhada e desesperada, tenta assassiná-la para acabar com a verdade da sua vergonha.
Um livro comovente e socialmente tenebroso, que nos deixa, a nós mulheres ocidentais, perplexas com actos tão violentos e desumanos, comuns na vida de tantas mulheres do outro lado do mundo.

Quando se aproxima o dia da comemoração dos Direitos do Homem (10 de Dezembro) será importante reflectir sobre esses direitos comuns. Precisamos deles para viver justamente, mas somos injustos quando os esquecemos.

Professora Teresa Castro

A Casa de Papel, de Carlos Maria Domínguez


Durante a semana da leitura divulgámos um texto hilariante da autoria de Carlos Maria Domínguez, que suscitou a curiosidade dos leitores e provocou a gargalhada. Domínguez começa por afirmar que os livros mudam o destino das pessoas, referindo que que muitos leitores converteram-se em professores de literatura, depois de terem lido: «O Tigre da Malásia», o Siddharta levou outros ao hinduísmo e algumas mulheres foram salvas do suicídio por manuais de cozinha. Cães morreram envenenados depois da fúria de devorar livros, foram os Irmãos Kamarov, quem lhes provocou tamanha indigestão.
E a história continua, revelando que Bluma Lennon foi vítima da literatura e de um livro de poemas de Emily Dickinson que lia durante o trajecto, sendo atropelada.
A casa de papel é um romance excepcional, sobre o amor aos livros, às bibliotecas e à literatura. Um policial de apenas 77 páginas que envolve o leitor desde a primeira página, tentando descobrir os estranhos vínculos entre a realidade e a ficção.
Carlos Maria Domínguez obteve o prémio «Lolita Rubial» com este livro, sendo romancista, crítico literário e jornalista com diversos prémios atribuídos e traduzido em diversas línguas.
Uma óptima leitura para as tardes de primavera, em qualquer esplanada.

A Coordenadora da Biblioteca: Elisabete Fiel

terça-feira, 13 de março de 2007

The life of Pi de Yann Martel venceu o prémio literário Booker Prize em 2002


Piscine Molitor Patel, ou Pi, cresceu em Pondicherry, Índia, com a sua família. Apesar de introvertido e de ter poucos amigos, Pi revela uma curiosidade natural pelo mundo que o rodeia. A família Patel decide ir viver para o Canadá e embarca num cargueiro japonês com alguns animais. O navio naufraga, salvando-se apenas Pi e alguns dos animais: uma hiena, uma zebra, um orangotango e um tigre de Bengala, de nome próprio Richard Parker.
Pi resiste a condições adversas enfrentando os perigos do mar durante 227 dias. Luta pela sua subsistência, lida com a solidão, a angústia e o medo do desconhecido. Mas a sua maior prova de resistência é o entendimento com o tigre no salva-vidas.
Numa abordagem humanista da relação com animais, o autor sustenta que é através do contacto com estes que o homem aprende e revela aspectos da essência humana. Mostra ainda que o convívio num pequeno espaço entre predador e presa é possível mediante o cumprimento de simples regras da Natureza.
A aventura de Pi pode ser encarada em termos alegóricos, permitindo estabelecer analogias com o dia a dia da vida humana, e em termos metafóricos explorando e construindo a dimensão interior da sua personagem num plano paralelo à realidade, inverosímil, e no entanto, credível. O leitor pode sempre encontrar uma ilha flutuante ou ter um Richard Parker na sua vida. Um bom romance também deverá ter estas características. Como diz Helena Vasconcelos em “Pi e os deuses”, Storm 2002, “O formidável apelo deste mesmo “realismo mágico” é possível que resida no facto de recuperar aquilo que é a essência do romance como género: contar uma boa história, escapar a uma simples rigidez de constatação dos factos (como no jornalismo, o qual, até ele, já se envolve subtilmente a até namora descaradamente com a ficção) e, mais difícil do que tudo o resto, convencer o leitor da plausibilidade de situações e de personagens por mais irrealistas ou fantásticas que elas sejam.”
Talvez no fundo não seja uma história capaz de nos fazer acreditar em Deus mas de acreditar na necessidade humana de contar histórias para dar sentido ao mundo. Por isso, há que fazer um “salto de fé”, ou simplesmente testar a nossa capacidade de acreditar no improvável. Não sabemos qual das histórias é a verdadeira. Mas escolhemos a que quisermos. Ao fazê-lo actualizamos e revivemos o papel da literatura e do leitor... porque o mundo é a história que fazemos dele.

Teresa Branco

terça-feira, 6 de março de 2007

A BescMag de Fevereiro já está on-line

Destaque: on-line a BescMag de Fevereiro de 2007!

O Último Papa ou Na Sala Escura do Vaticano


N’ O Último Papa, Luís Miguel Rocha reabre o diário de João Paulo I e recria um ambiente de intriga, acção e mistério no lugar mais obscuro do Vaticano – a Sala da Conspiração.
No ano de 1978, no Vaticano, Albino Luciani, o Papa do Sorriso, eleito há apenas trinta e três dias, morre na intimidade do seu aposento. A sua ausência física gera um profundo e secreto silêncio.
Algumas décadas depois, mais precisamente em 2006, em Londres, Sarah Monteiro, jornalista portuguesa, ao regressar de umas férias em Portugal, encontra um envelope que contém uma lista de nomes de personalidades públicas e de pessoas desconhecidas, encontrando-se entre estas últimas o seu próprio pai. Sarah acaba de encontrar o detonador de uma entusiástica perseguição que quase a conduz à morte e que coloca no seu encalço uma organização secreta, a Loja P2. A secreta deseja possuir a lista e impedir a sua divulgação. Afinal esses nomes encerram um segredo, desvelado há mais de trinta anos pelo Vaticano.
O mistério serve-se com cenas de um verdadeiro thriller, onde não falta um anjo- -salvador, um homem peculiar, de múltiplas identidades, parco em palavras, que acompanha e perturba Sarah. Por sua vez, ela oferece-lhe gestos de manifesta inquietação interior.
No final, os pilares do Vaticano permanecem intocáveis, pois há sempre um corredor que dá acesso a uma porta alternativa que fecha a história de uma vida.
Luís Miguel Rocha reabrirá a porta para o desconhecido corredor do Vaticano, quando, em 2009, revivifique João Paulo II, no que se espera ser a continuação de uma saga que questiona procedimentos da Igreja Católica, mas não fragiliza a fé humana.
O Último Papa oferece uma narrativa cuidada, realista, sem pretensões mistificadoras e aguarda por si, leitor/a, a dois passos da porta de entrada da Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior.

Maria Helena H. Saldanha

O REGRESSO DO REI

É aqui que se vai travar a Grande Guerra do Anel, e onde as nossas personagens se vão enfrentar com o seu destino. O tempo está a esgotar-se e é muito díficil para Frodo, cada vez mais debilitado, cumprir a sua missão, não só pelas dificuldades do caminho como pelo poder cada vez maior que o anel exerce sobre ele.
Entretanto Aragorn, Legolas, Gimli, Merry e Pippin e mais alguns seguidores vão tentar ganhar tempo numa luta desigual enfrentando-se ao Senhor das Trevas e aos seus escravos, para que Frodo cumpra a sua missão.


O “Hobbit” e “O Senhor dos Anéis” são daqueles livros, que quando se começam a ler, já não se consegue parar.
Falam de seres bondosos, de seres maldosos, de amizade desinteressada, de coragem, de abnegação, da eterna luta entre o bem e o mal, e levam-nos a um mundo fantástico.

Rita Velez

AS DUAS TORRES


No segundo volume de “O Senhor dos Anéis” vamos viver as peripécias de cada um dos membros do grupo, (todos têm um papel a desempenhar), após a separação da Irmandade.
Frodo e Sam vão ser conduzidos por Sméagol-Gollum por um caminho secreto atá à Porta Negra da Terra Mordor. Sméagol-Gollum em tempos hobbit, possuíu o anel e por ele foi aniquilado, tornando-se num ser rastejante, de grandes olhos claros e pés achatados, que trava uma batalha interior entre o bem e o mal.
Os outros vão conhecer os Uruk-hai, Barba de Árvore, Sauruman, Língua de Verme…


Rita Velez

A IRMANDADE DO ANEL

Bilbo Baggins no dia do seu 111º aniversário oferece um anel ao sobrinho Frodo. Este pensa tratar-se de um anel vulgar.
É Gandalf, poderoso feiticeiro e amigo de Frodo quem lhe vai revelar que o anel que possui é o
“Um Anel, dominador de todos os anéis do Poder
Um Anel para todos dominar, um anel para os encontrar
Um Anel para todos prender e nas trevas reter
Na Terra de Mordor onde moram as Sombras.”
Por causa do anel, Frodo tem de deixar o Shire. Perseguido pelos Cavaleiros Negros de Mordor, mas acompanhado por Sam, Pippin e Merry, três baixinhos de grande coração e seus amigos incondicionais, inicia a sua grande aventura.
O Grande Conselho de Elrond reunido em Rivendell e onde chegam após algumas aventuras, decide que é necessário destruir o anel e Frodo é nomeado o seu portador. O Conselho escolhe também os “Companheiros do Anel” que devem ajudar Frodo a chegar à Montanha de Fogo, na Terra do Inimigo, na Terra do Mal, e o único lugar onde o anel pode ser destruído.
Os Companheiros do Anel ou a Irmandade do Anel é composta por: Aragorn, herdeiro secreto dos reis do Ocidente (é ele que conduz o grupo) e Boromir, filho do Senhor de Gondor, em representação dos homens; Legolas em representação dos elfos; Gimli em representação dos Anões; Frodo e os seus amigos em representação dos Hobbits e Gandalf, o feiticeiro.
Durante a viagem e depois de muitos acontecimentos inesperados a Irmandade do Anel tem de decidir se prossegue o caminho para Mordor ou se acompanha Boromir para a principal cidade de Gondor (Minas Tirith) em guerra iminente.
Frodo está decidido a cumprir a sua missão. A Irmandade desfaz-se.
Rita Velez

O SENHOR DO ANÉIS

“Não podemos escolher os tempos que nos tocam viver.
Apenas podemos escolher o que fazer com o tempo que nos é dado.”

Gandalf, o feiticeiro

HOBBIT(J.R.R. TOLKIEN)


“Num buraco do chão vivia um hobbit. (…) era um buraco de hobbit e isso significa conforto”.
Era aí que vivia Bilbo Baggins.
Os hobbits “são gente pequena, mais ou menos com metade da nossa altura”. São bonacheirões, gostam de comer e vestir cores berrantes, têm os pés grandes e peludos, ouvem muitissimo bem e têm um riso profundo.
Um dia Bilbo Baggins fez uma coisa completamente inesperada e impensável para um hobbit: devido a uma série de circunstâncias viu-se forçado a deixar a sua confortável casa no Shire e ir viver uma grande aventura com anões, gnomos, o dragão Smaug, elfos…
É durante esta aventura que encontra uma coisa fabulosa, “um anel mágico”, que guarda em segredo durante muito, muito tempo.

Rita Velez

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

A POP ART e Andy Warhol


A Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior iniciou o ano de 2007 com uma exposição sobre a POP ART, destacando um dos seus expoentes máximos: Andy Warhol, coincidindo com os vinte anos sobre a sua morte.
Os artistas da pop art traduziam a observação simples da sociedade de consumo e a figuração baseava-se na televisão, publicidade, vedetas do cinema e da música, produtos alimentares, detergentes, estereótipos, etc. A expressão foi utilizada em 1955, por um crítico de arte inglês e exprimia a produção artística americana e britânica entre 1955 e 1970. Os processos técnicos eram os mais recentes na indústria e no comércio, sobretudo: acrílicos e colagens de materiais estranhos à pintura e a serigrafia.
Andy Warhol, realizou a sua primeira exposição em 1952: «15 Desenhos baseados nos escritos de Truman Capote». Mas, só em 1961 realizou a sua primeira obra em série, recorrendo a uma simples lata de sopa Campbell's como tema da obra. Utilizou ainda garrafas de Coca-Cola, notas de Dólar, reproduzindo continuamente as suas obras, com diferenças entre as várias séries, tornando a sua arte o mais industrial possível, recorrendo a métodos de produção em massa. Estas obras foram expostas, primeiro em Los Angeles, depois em Nova Iorque. Apesar do sucesso destes temas, foi a utilização de figuras públicas como: Jacqueline Kennedy, Marilyn Monroe, Elvis Presley passando por Mao Tse-tung, ou Che Guevara que tornaram as suas obras inconfundíveis, aliando a fotografia à serigrafia.
Warhol chegou a realizar cinema experimental, produzir grupos de música e descobrir novos talentos, foi excêntrico, controverso, talvez excessivo, mas um dos seus maiores legados é a tentativa de colocar a arte ao alcance de todos.
Destaque para o livro: Warhol, de Honnef, da editora Taschen, que comemorou 25 anos de edições de arte em 2006.

A Coordenadora da Biblioteca: Elisabete Fiel

Piratas e outras aventuras...


Recém-chegados de férias e com o a memória fresca das aventuras do maravilhoso Capitão Jack Sparrow, em «O cofre do homem morto», a Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior, quis prestar um tributo às histórias de Black Barty, o Verdadeiro Pirata das Caraíbas, de Aubrey Burl. Uma recolha das verdadeiras façanhas de um bando de piratas, resgatada às fontes originais entre 1718 e 1723.
O mote estava lançado para a recriação de um barco onde os verdadeiros tesouros são livros que nos transportam a mares desconhecidos, a lutas infindáveis e capturas de embarcações.
Foi curioso saber que a Rainha Isabel I de Inglaterra, autorizou e encorajou actividades de pirataria para enfraquecer o império e espanhol, portanto tudo começou com grande legalidade. A carta de «corso» deu-lhes o nome de Corsários, cuja actividade principal era roubar os galeões da prata originária do Perú, um acto de patriotismo. A ideia inglesa foi seguida por franceses, até enfraquecer o império espanhol, em meados do século XVII. Assim, a actividade deixou de ter tão real patrocínio e surgiram os piratas por conta própria, chamados de: Bucaneiros ou Flibusteiros. (saqueadores livres: freebooters), o nome Piratas foi conferido pela palavra grega peirates.
O livro de Aubrey Burl caracteriza a época e o aparecimento da pirataria, e divide-se em três capítulos: 1. Os primeiros dias dos piratas; 2. Os grandes dias dos piratas, destacando Bartholomew Roberts, Barba Negra; 3. Os últimos dias dos piratas.
Black Barty foi um pirata bem sucedido, de trato fino que dispensava o álcool e bebia chá, tinha boas maneiras e era elegante. O mesmo capturou 400 embarcações e arrecadou um tesouro de 51 milhões de libras, embora a vida fosse muito curta. Tudo indica que seria o primeiro a adoptar a bandeira negra acompanhada do crânio e tíbias. No mínimo curioso e de fácil leitura.
Abordagem!
Fonte: Graça, Augusto , Histórias para noites longas, Jornal das Letras, n.º 935, Ano xxvi, .e Burl, Aubrey,Black Barty O verdadeiro Pirata das Caraíbas, Bertrand Editora, 2006.

A Coordenadora da Biblioteca

O último Astérix


Foi o 33º volume da obra-prima de Uderzo, agora sem Goscinny, mas constituiu um sucesso na nossa escola. Intitula-se: «O céu cai-lhe em cima da cabeça». Teve uma edição de oito milhões de exemplares e será traduzido em seis línguas. Até hoje, os mais de trinta volumes das aventuras de Astérix e do seu inseparável amigo Obélix venderam mais de 300 milhões de exemplares em todo o mundo e estão disponíveis em 107 línguas e dialectos, incluindo o mirandês. As primeiras histórias de uma pequena aldeia da Gália que resiste ao império romano foram publicadas em 1959, com desenhos de Albert Uderzo e argumento de René Goscinny. A história é protagonizada por Astérix, um pequeno gaulês de bigode farfalhudo que tem como grande amigo Obélix, personagem desajeitada e com uma força desmesurada, que carrega menires e adora comer javalis. Ambos são habitantes de uma invencível aldeia que teimosamente resiste às investidas militares dos romanos por conta de uma famosa poção mágica inventada pelo druida Panoramix. Entre as personagens que povoam o imaginário criado por Uderzo e Goscinny conta-se ainda Abraracourcix, o chefe da aldeia, aquele que verdadeiramente receia que o céu lhe caia sobre a cabeça, ou o bardo Assurancetourix. O primeiro livro - "Asterix, o Gaulês" - saiu em 1961, com uma tiragem de seis mil exemplares, e o segundo, "A Foice de Ouro", foi editado no ano seguinte, já com 15 mil exemplares. A cumplicidade na escrita das obras entre Uderzo e Goscinny durou até 1977, ano da morte do argumentista. "Astérix e os Normandos" (1966), "Astérix na Hispânia" (1969), "A Grande Travessia" (1975) são alguns dos títulos que compõem a série. Em Portugal, o livro deverá sair pela editora ASA, que desde Novembro do ano passado tem estado a lançar uma nova tradução da banda desenhada, uniformizando os textos, já que as primeiras traduções datam de finais da década de 1950. Livro de leitura obrigatória. Tempo estimado: cerca de duas horas...e diversão assegurada.

Fábulas


O nome de Leonardo di ser Piero da Vinci, surge ligado à pintura, (quem não conhece a «Mona Lisa» ou «Gioconda»?) à escultura, aos progressos científicos do renascimento foi: pintor, arquitecto, engenheiro, inventor de máquinas, pretenso cozinheiro... e também escritor. Nasceu em Anchiano, Itália, a 15 de Abril de 1452. É considerado um dos maiores génios da Humanidade, uma vez que a criatividade, a capacidade inventiva e a multiplicidade de talentos, conferem-lhe um estatuto muito especial.
Fui surpreendida com um livro de fábulas de sua autoria, que se relacionam com as de Esopo, Fedro e La Fontaine. Sempre gostei de fábulas e do mundo imaginário de animais, flores, água e luz que falam, que têm emoções, reservando sempre uma finalidade moral.
A selecção ficou a cargo de Orlando Neves e das quarenta e quatro fábulas apresentadas no livro, destaco três: O pintassilgo que prefere a morte à perda da liberdade; O pessegueiro que por inveja da nogueira termina partido à sombra da invejada; O vinho e o bêbado, em que por se sentir desconsiderado o vinho troca as pernas ao bêbado e atira-o de cabeça para a mais suja das estrumeiras.
O livro é muito portátil e lê-se a uma velocidade incrível, confesso que ainda li cerca de metade na livraria e o resto num curto serão. A capa e o papel revelam o bom gosto da concepção gráfica... nem podia deixar de ser assim para tamanho génio. Fábulas, de Leonardo Da Vinci, da Editora Prefácio, encontra-se na Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior e faz parte das novidades.


A Coordenadora da Biblioteca: Elisabete Fiel

O Equador...em férias

A Biblioteca da nossa escola está quase vazia, desde que os seus principais utilizadores se encontram de férias. Assim, mudámos a filosofia deste espaço, sugerimos algumas leituras, com base nas obras mais requisitadas na BE (Biblioteca Escolar), sem qualquer pretensão de crítica literária.
Começámos pelo campeão de requisições, durante o ano lectivo: «Equador» de Miguel Sousa Tavares.
Características físicas do livro: resistente, óptimo para transportar até à praia, piscina ou mesmo montanha, cabe em qualquer mochila.
Trata-se de um romance com múltiplas viagens, no tempo e no espaço e nos encontros e desencontros de culturas. Desde os serões mundanos da capital, à veraneante Ericeira com a descrição do Hotel e da belíssima paisagem que o envolve, à viagem ao Alentejo com paragem monárquica em Vila Viçosa, à longa estada em São Tomé, acompanhamos Luís Bernardo num percurso político sinuoso, característico dos últimos dias da monarquia. A escrita é atractiva, mantendo o interesse até à última página.
As opiniões foram muito positivas, por isso aguardamos o segundo romance do autor!

A Coordenadora da BE

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

"Xeque ao Rei" - sugestão de leitura


Joanne Harris (autora de Livros como Chocolate, Vinho Mágico, Na Corda Bamba, Cinco Quartos de Laranja, Praia roubada…) habituou-nos nos seus romances à sua escrita inteligente e brilhante, repleta de sensações profundas e sugestivas, bem como às suas espantosas histórias. No romance Xeque ao Rei, sem fugir ao seu melhor estilo literário, a escritora consegue superar-se, e surpreende-nos com uma história impressionantemente estruturada à maneira dum jogo de Xadrez, onde o leitor é transportado para o misterioso e fechado mundo do prestigiado colégio inglês de St Oswal. Este espaço torna-se como um tabuleiro onde as personagens se posicionam para iniciar mais um ano lectivo e, ao mesmo tempo, jogar uma partida especialmente perigosa e mortífera.
A narrativa é apresentada através de dois narradores, jogadores rivais. É através da focalização interna destes narradores que vamos assistir ao desenrolar do desafio latente. O Peão, professor novo no Colégio, traz na sua bagagem um ódio profundo e visceral pelos valores tradicionais e elitistas do colégio que em tempos amou e desejou frequentar, mas que lhe foi cruelmente vedado durante a sua infância devido à sua proveniência sócio-económica. Agora que conseguiu ter acesso a esse mundo restrito, o seu desejo de vingança ganha proporções sombrias e pode ter consequências devastadoras. Um dos principais alvos da sua trama é Roy Stritley, o conservador professor de Latim, veterano representante dos valores mais tradicionais, que resiste estoicamente às mudanças que as novas tecnologias impõem à escola que é a toda a sua vida. Stritley, representado pela peça do Rei, tem de se defrontar não só com as incomodidades do e-mail, que o fazem faltar consecutivamente às reuniões mas também com as armadilhas que o seu oponente vai tecendo e que têm como objectivo último a destruição do único mundo que Stritley conhece.
Caso não seja desvendada a origem das misteriosas e cada vez mais cruéis partidas, jogadas de Xeque ao Rei, pode tornar-se impossível impedir a jogada final de Xeque-Mate.
Sendo que este foi um dos livros mais surpreendentes espantosos que já tive o prazer de ler, recomendo vivamente a sua leitura.
Xeque ao Rei está disponível na Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior.


Carla Correia

Feira do Livro


A Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Campo Maior inaugurou a Feira do Livro no dia 23 de Novembro de 2006, às 21 horas.
Deu-se inicio à festa com uma recepção aos pais, alunos, professores e comunidade educativa com chá e chocolate, pelos alunos do 9º C (no âmbito da área curricular não disciplinar de Área de Projecto).
Os visitantes apreciaram os livros e ainda a exposição de fotografia intitulada: «Os nossos fotógrafos». A mostra fotográfica conta com cerca de setenta fotografias da autoria de professores da nossa escola (José Carvalho, Sofia Albergaria, Paulo Costa, Cecília Lopes, Carmen Torres, Luís Santa, Alexandre Henriques e Rita Lopes) e outros elementos da comunidade (Nuno Realinho e Abel Dias) que generosamente contribuíram com o seu trabalho para que pudéssemos apreciar paisagens de rara beleza. A exposição foi comissariada pelos alunos do 9º B, (no âmbito da área curricular não disciplinar de Área de Projecto).
Após o reconforto do chá e das compras, os cerca de cem visitantes desfrutaram de um recital de poesia de autores portugueses, pelos alunos do COSI 2A, orientados pela professora Carla Correia. Teve lugar ainda um tributo ao poeta Rafael Alberti, pelos docentes: Carmen Torres, Cecília Lopes, Margarida Silva, João Golaio e Manuel Campos que constituiu um dos momentos altos da festa.

A inauguração da Feira do Livro durou até à meia-noite e estará patente ao público até dia 7 de Dezembro, em horário diurno e nocturno.

Agradecemos a presença de todos os que nos visitaram e deixamos o convite, recordando uma passagem de Saint-Exupéry, do livro «O principezinho» que comemora 60º aniversário sobre a 1ª edição:

«Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós»
Saint- Exupéry in «O principezinho».


Elisabete Fiel

"Caffé Amore" - sugestão de leitura

Caffé Amore é um romance inebriante que combina a sensualidade das suas personagens femininas com a gastronomia, a paisagem, os cheiros e as cores de Itália.
Este livro, editado no passado verão pelas Edições ASA e disponível na Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior, é de leitura compulsiva. Uma vez agarrada pelas fascinantes personagens deste cálido romance, tornou-se-me impossível abandoná-las sem saber o desfecho da sua história, a qual retrata a vida de Maria Domenica, uma jovem bela e inquieta cuja vida, confinada na cozinha da sua mãe e perdida na pequena aldeia de San Giulio, não a satisfaz. Contra as convenções da Itália tradicional, Maria Domenica demonstra, por duas vezes, a sua determinação e coragem e parte à procura do mundo exterior e das respostas que ele contém. Impelida pela desilusão face ao egoísmo e à crueldade em que a tradição a está a soterrar, esta personagem independente e surpreendentemente forte no seu momento de maior fragilidade, abandona, junto com a sua bebé Chiara, a sua cálida mas opressiva Itália e empreende uma longa viagem que a levará à distante, fria e cinzenta Inglaterra. Aí, na terra que faz sua, encontrará por fim a libertação, por encontrar a resposta à sua desesperada procura.
É na companhia da sua filha Chiara, já adulta, que procura conhecer melhor a sua mãe e o seu passado, que empreendemos a viagem de regresso à pequena aldeia San Giulio. A sua procura vai acabar no local de partida da sua mãe e ao invés dela Chiara, fruto de outra geração, consegue encontrar as respostas que vão conferir sentido à sua existência.
De leitura obrigatória para quem gostou da sensualidade de Chocolate, aventure-se neste romance que prefigura uma cálida companhia para este início de Outono.

Professora Carla Correia

"A Bela Adormecida vai à escola" - sugestão de leitura


Era uma vez um monarca que descobriu a existência de um bosque encantado no seu reino, nesse bosque havia uma clareira, nessa clareira, uma casinha encantada e nessa casinha encantada…uma Bela Adormecida! Pois, como nos contos de fadas! Determinado a levar a cabo o seu papel de herói, o jovem monarca decide procurar a sua heroína, dar-lhe o beijo que a libertará do sono secular e desposá-la.
Seria um conto de fadas e acabaria com a familiar frase «casaram e viveram felizes para sempre!», se este rei não vivesse em pleno século XX, num país da Europa central, onde vigora uma monarquia constitucional, onde o poder não mais se concentra na figura do rei, antes se reparte pelas mais variadíssimas instituições. Na realidade as coisas não decorrem da forma simples dos tempos de antanho e os idílicos planos do rei vão enlear-se numa teia difícil de transpor: a sociedade. Governo, ministros, camareiro-mor, concubina real, sindicatos, imprensa, altos funcionários, empresários, partidos políticos, opinião pública, polícia, igreja – todos vão ter uma carta a jogar, uma influência a traficar, uma intriga a tecer, uma pressão a exercer. Todos vão querer tirar partido da situação e todos têm uma palavra a dizer em relação ao futuro do rei.
E a Bela Adormecida? Em sono profundo há mais de quatro séculos, estará desactualizada! Terá de ir à escola! Terá de ser iniciada neste complicado mundo actual onde não há lugar para os nobres valores cavaleirescos de outrora…
Estes são os ingredientes desta divertida narrativa na qual, num tom mordaz e corrosivo, Gonçalo Torrente Ballester satiriza o mundo actual. A Bela Adormecida Vai à Escola é um livro repleto de peripécias hilariantes, surreais e divertidas, nas quais transparece uma perspectiva pessimista, para a qual o próprio autor nos alerta no prefácio do livro quando diz que «…no nosso tempo, com excepção dos tontos, são pessimistas todos os homens que vivem conscientemente a realidade (…). Eu creio que o que mostra uma certa dose de pessimismo é uma compreensão cabal da confusão em que vivemos, e não outra coisa.»
Este livro disponível na Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior é um dos tesouros da Literatura do século XX. Sem dúvida um livro que não pode deixar de ler.


Prof. Carla Correia

Direitos Humanos e Quino


No dia 10 de Dezembro teve lugar o dia dos direitos Humanos, facto recordado pela Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Campo Maior, numa exposição comissariada pelas alunas Ana Marta Cabeções, Diana Ribeiro, Diana Berlinga e sara Nunes do 8º C, num olhar atento sobre a declaração universal e o estado do mundo, onde estamos longe dos direitos fundamentais serem respeitados.
As Bibliotecas Escolares são lugares que consideram todas as religiões e ideologias políticas, tal como está consagrado no manifesto da UNESCO: «O acesso aos serviços e fundos documentais deve orientar-se pela Declaração Universal dos Direitos e Liberdades do Homem, aprovada pelas Nações Unidas, e não deverá ser sujeito a nenhuma forma de censura ideológica, política ou religiosa ou a pressões comerciais». Sendo um espaço laico, a Árvore de Natal foi decorada com o resumo dos direitos humanos pelos alunos do TAE, que recordaram ainda que todos somos diferentes, mas iguais em direitos, destacando os portadores de deficiência.
Destacamos ainda um autor que em 50 anos de carreira demonstra a sua preocupação pelos contrastes de desenvolvimento no mundo: Quino. Com ascendência espanhola, nasce na Argentina e dedica-se aos cartoons, criando a personagem Mafalda, cuja ambição é ser tradutora da ONU com o objectivo de atingir a Paz.
O humor de Quino é contagiante e corrosivo. Assim, deixamos as seguintes sugestões de leitura:
· «Viagem com Quino e Mafalda» - Uma viagem rápida aos melhores cartoons das várias séries, sendo a mais interessante a visão do Mundo por Mafalda.
· «Quanta bondade!» - Um retrato dos contrastes de desenvolvimento do mundo com muito humor.
o Mais informações em : http://www.quino.com.ar/

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Zorro - o começo da lenda...


Nesta adição, a nossa sugestão de leitura da Biblioteca da Escola Secundária de Campo Maior apresenta “Zorro – o começo da Lenda”, um livro da Difel e disponível na nossa Escola.
Quem não conhece o famoso Z, a marca inconfundível do célebre herói defensor dos injustiçados? O Zorro é, sem dúvida, um dos heróis que mais fascínio causa, pela sua ousadia e pelo seu arrebatado romantismo. Mas havia uma lacuna nesta personagem lendária: o seu passado permanecia obscuro, incompleto, à mercê da imaginação daqueles que o admiravam. É essa lacuna que Isabel Allende vem preencher com este livro. Através de uma imaginação transbordante, Allende cria uma história empolgante sobre o nascimento, a educação, o crescimento e o desenvolvimento da personalidade de Diego de la Vega, o herói mascarado.
Filho de um rico colono europeu e de uma nativa da tribo Shoshone, Diego nasece no sul da Califórnia, numa época em que as injustiças imperavam sobre o povo da sua mãe, como qual ele partilha valores fundamentais. Do seu pai recebe uma educação europeia: aprende esgrima e a enlaçar o gado, da sua avó índia recebe a iniciação nos conhecimentos ancestrais das tribos nativas e a sua identidade secreta. Aos quinze anos parte para Barcelona a fim de aprimorar a sua educação. Nessa viagem aprende os truques de acrobacia que o vão tornar tão ágil nas suas fugas. Já em terras de Espanha, Diego, que continua a presenciar as injustiças que os poderosos exercem sob os mais fracos e obtém o privilégio de ter aulas de esgrima com o melhor professor, um homem integro que o introduz na sociedade secreta «À Justiça» - um heróico movimento de resistência e de combate social pela causa dos mais fracos - jovem Diego promete defender essa causa por toda a sua vida. Neste livro ficamos a saber como o poderoso Moncada, por despeito e inveja, se torna arqui-inimigo de Diego. As peripécias em Espanha terminam como uma fuga atribulada que inclui perseguições, mortes, amores arrebatados, duelos, combates com piratas destemidos, batalhas intensas, paixões impossíveis, fugas mirabolantes e uma chegada muito atribulada à sua terra natal onde as injustiças estão mais vigorosas que nunca… A vingança de Moncada tinha atingido já a sua família e os seus bens…
Enfim é um livro em que Isabel Allende mostra como é uma brilhante contadora de histórias, daquelas que quando começamos a ler ficamos irresistivelmente presos até ao final e depois perduram as saudades daquelas fascinantes personagens que tivemos o privilégio de conhecer. Não perca este livro que é um dos mais requisitados da nossa Biblioteca e um dos mais vendidos nas nossas Feiras do Livro.

Carla Correia

Bem-vindos!

BLOG – LEITURA A METRO...

O BLOG da Biblioteca Escolar de Campo Maior recolhe as opiniões da nossa comunidade de leitores: alunos, professores e funcionários sobre livros, filmes e imagens.
O Leitura a metro não significa ler por ler...mas as voltas que podemos dar pela mão de outros personagens noutros espaços físicos...em papel ou no computador. Boas leituras...de preferência a metro.