sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Crónica de uma Morte Anunciada - Gabriel García Márquez


Santiago Nasar, era um jovem de 21 anos, “alegre, pacífico, de coração fácil” e estava destinado a morrer, novo.

Na segunda-feira da sua morte levantou-se muito cedo, “dormira pouco e mal(…), acordou com dores de cabeça (…) achou natural” devido á “farra” no casamento a que tinha assistido no dia anterior, e que se tinha prolongado até tarde.

Vestiu-se e saíu de casa pela última vez , para ir esperar o barco a vapor em que chegava o bispo - “os fastos da igreja produziam-lhe um fascínio irresistível”.

Angela Vicario, tinha sido repudiada na noite de núpcias, e devolvida aos pais por seu marido, Bayardo San Román.

Quando lhe perguntaram – quem foi? – Santiago Nasar, sentenciou.

Os irmãos de Angela, juraram matar Santiago, como vingança pela honra manchada. Não fizeram segredo, antes pelo contrário.

Toda a populaçãoda aldeia sabia que o iam matar. Pelas mais estranhas coincidências e pelos mais inexplicáveis motivos, ninguém o avisou. Não havia escapatória possível para Santiago Nasar.

Cumpriu-se assim “sem entraves uma morte tão anunciada”.

“O juíz estava perplexo (…), o que mais o alarmara no fim da sua diligência excessiva tinha sido, porém, não achar um só indício, nem mesmo o menos verosímil, de que Santiago Nasar fora realmente causador da ofensa.”


Rita Velez

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