
Três gerações de laços de uma teia de relações emocionais de uma família alfacinha de Benfica, de classe média-baixa interagem desde o início do século XX com muitas tristezas, algumas alegrias, alguns segredos e traições.
O Cemitério de Pianos funciona como local de trabalho, centro de meditação e centro de furacão da empresa familiar.
Peixoto consegue através da utilização de narradores da família, já no mundo dos mortos e ainda no feudo dos vivos prender-nos a atenção e tornar-nos observadores cúmplices, para o desenvolvimento da acção, muitas vezes socorrendo-se com rara mestria de um ritmo temporal intermitente, pleno de idas ao passado e regressos ao presente da narrativa.
O escritor consegue ainda confrontar de forma notável a consciência colectiva familiar lusitana actual com a a forma de estar, de ser e de viver de outros tempos, conseguindo no entanto que a teia de ralações da família seja perfeitamente actual.
De louvar também a sentida homenagem que o autor faz a Francisco Lázaro, o atleta português que correu a maratona nos Jogos Olímpicos de Estocolmo.
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