terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A Criança que não Queria Falar


A Criança que não Queria Falar foi escrito por Torey Hayden que nasceu em 1951, em Livingston (EUA). Possui formação e experiência em psicologia e educação, sobretudo no ensino especial. Desde 1979 começou a desenvolver as suas pesquisas, que anos mais tarde originaram variados bestsellers, tais como A Criança que não Queria Falar ou A Menina que Nunca Chorava.

O livro apresenta uma criança, cuja vida a fez reflectir e ter perspectivas do mundo muito diferentes das de uma criança com a sua idade. Sheila não tem conceitos básicos de sentimentos como o amor ou a amizade e até o valor de um simples abraço fraternal. E Torey, sua professora, dar-lhe-á oportunidade de reviver aqueles seus poucos anos de vida ao longo de um ano lectivo no ensino especial. Mesmo com certos problemas familiares, administrativos e até judiciais na infância da inocente criança, esta acabará por aprender sentimentos que lhe eram desconhecidos. Esta criança não chorava. Nunca tinha chorado. Torey teve a oportunidade de ensinar a um ser humano, com menos de 7 anos de vida, o significado de o fazer.

Uma criança diferente, em que os seus direitos são modificados até ao extremo, não havendo um limite de desrespeito dos familiares. Abandonar, espancar, violar, são palavras de rotina no seu dia-a-dia. Tudo isto levou a uma consequente vingança, em que uma criança com apenas 6 anos possa ter intenções de sacrificar algo que lhe é desconhecido, apenas para merecer um pouco de atenção verdadeira. Toda a história é baseada num comportamento agressivo de uma noite, um julgamento infantil, terminado numa turma em que um conjunto de crianças consideradas “especiais” em bons termos e “louca” ou “malucas” em termos abstractos, são postas de parte e não integradas numa sociedade justa.

Os temas abordados são noções muito presentes nos dias da vida na “lixeira”. A personagem principal, Sheila, uma criança que tem o seu índice de pobreza demasiado elevado, vive numa caravana e não tem hábitos regulares de higiene, como tomar banho, lavar os dentes ou até mudança alternada de roupa. A autora investe muito nos seus hábitos desde início, começando por pôr de parte as suas jardineiras com cheiro a urina e trocando por vestidos os pequenos laços e ganchos que ele nunca se separava.

Desde um primeiro olhar que a professora compreendeu tudo o que ela receava, temia. Todos a confrontavam sempre com péssimos modos, insultavam ou até agrediam sem que houvesse momento para ouvir sair uma palavra da sua boca, uma lágrima do canto do olho ou um grito de revolta e raiva.

Todo o livro transmite uma mensagem um pouco oculta de carinho, atenção e preocupação com o nível de vida de menores que vivem em condições desfavoráveis e preocupantes, apenas para alguns.

Na realidade, o mais impressionante é a relação existente entre as crianças integradas na turma do ensino especial. Entre elas existia um química inexplicável que permitia uma compreensão mútua entre eles, embora cada um tivesse um problema diferente. Não havia vergonhas ou complexos entre cada um, pois todos eram iguais de diferentes maneiras.

Fernanda Grisante 9º A

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