sábado, 21 de março de 2015

O cadáver esquisito do amor - 14/2/2015

A biblioteca da escola diviniza o amor e não deixou passar a data de São Valentim sem dar um ar da sua graça. Enfeitada a preceito com corações e outras preciosidades festivas, o espaço da BECRE convidava a uma visita.
Ora, para assinalar o evento, os alunos da turma A do 12.º ano, aceitaram o repto de compor, em grupos de seis a sete elementos, textos segundo técnica do cadáver esquisito que falassem de amor. Como se podia suspeitar a partir do título deste texto, não se matou o amor. Foi tudo muito pacífico e muito divertido.
O método "cadavre exquis" (cadáver esquisito) foi inventado, no princípio do século XX, pelos surrealistas franceses, para subverter o discurso literário convencional. Usando uma folha de papel, cada autor escreve o que deseja, deixando visível apenas uma pequena parte das linhas preenchidas e dobrando o papel, para que os demais colaboradores não tenham conhecimento do que foi escrito antes. No nosso caso, o resultado final foi um conjunto de textos estranhos, muito engraçados e com uma pitada de malícia à mistura. Gargalhada geral e algum rubor.
Em paralelo, sobre as mesas estavam variadíssimas obras alusivas ao sentimento causado por Cupido: cartas de Fernando Pessoa a Ofélia Queirós, cartas de António Lobo Antunes, poesia camoniana, Alexandre O’Neil, Eugénio, Adília Lopes, Maria Teresa Horta, poesia medieval, Bocage… Poemas delicados e outros textos mais veniais… Folheados em privado ou lidos à boca cheia, valeu tudo para honrar o mais nobre sentimento humano.
Maria José Amaral

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