quinta-feira, 19 de março de 2015

Sobre um atril, leituras mil - 28/1/2015

As turmas dos cursos profissionais de turismo (carinhosamente denominadas por pelo acrónimo TAR e TUR) vieram à biblioteca para concluir o Módulo dois da disciplina de Português. A prova de avaliação da oralidade consistia na leitura expressiva de um poema, precedida de uma exposição sumária sobre a biografia do autor e uma justificação pessoal da escolha do texto poético.

À espera dos alunos estava um atril solenemente coberto com um pano vermelho. Para quem não sabe o que é um atril passamos a explicar. Um atril ou leitoril é uma pequena estante, disposta em plano inclinado onde se coloca um livro aberto, para se poder ler de pé. Se for de grandes dimensões, designa-se por facistol, caso em que tem quatro lados que giram sobre um pé elevado.

Nas igrejas cristãs costuma ser usado para a leitura da bíblia. O uso de atris junto ao altar começou no final do século XIV, pois antes desta data o missal era colocado sobre uma pequena almofada, mais ou menos adornada.

No mundo da música, o atril também é conhecido por estante musical e consiste no suporte onde os maestros e os intérpretes (instrumentistas ou cantores) assentam as partituras.

Ora como íamos dizendo, os alunos abeiraram-se do atril e realizaram leituras de poetas muito diversos: Pessoa, António Pina, Cesariny, José Régio, Sophia, Jorge de Sena, Vinicius, Florbela… Houve até escolhas pouco ortodoxas como letras de Carlos Tê, Sérgio Godinho ou Ornatos Violeta. 

No fim, todos ficaram satisfeitos com a beleza e a qualidade das suas prestações e das prestações dos amigos. A professora estava muito orgulhosa e fez questão de dizer aos alunos que tinham estado muito bem. Parece que sobre um atril, a leitura fica mais gentil.
Maria José Amaral

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